Esses dias vi um amigo creator compartilhando sua frustração por ter perdido um trabalho publicitário. Para muitos, nós que vivemos do nosso conteúdo, pode ser um trabalho fácil. Mas nos bastidores, essa solidão que vem com a criatividade e fator insegurança, é bem pior. Ei, não sabemos quando o próximo job vem!
A gente conversa tanto, cria debates, pautas fora da curva, novas narrativas, mas parece que nada é suficiente para a grande ciranda que é o mercado de moda – eles sempre voltaram para o mais do mesmo.
Sabemos que para dar muito certo, um ou outro nome que foge da curva é escolhido em 5 em 5 anos e, demais criadores pasteurizados e superficiais, ganham holofote todos os dias para disseminar posts duvidosos, caricatos e preguiçosos.
Hoje eu tenho meu trabalho que me realiza em diversas maneiras. Estou no Instagram porque ele faz sentido para mim, para minha comunidade fiel e ativa, mas olho com desgosto para as situações que fogem do meu controle e vejo cair por terra talentos que não tiveram uma oportunidade assim como eu.
E que tolo eu! Quando recebo e-mail de propostas de conteúdo, eles ficam no limbo digital na busca de uma resposta que muitas vezes não vem. Temos tanto que aprender…
O que me move é saber que eu saí de um lugar desacreditado, com tantas dores e feridas cicatrizadas que hoje eu uso como combustível para me levar muito além do que foi me apresentado.
Não sou fã de papos de coach ou nada do tipo, mas lembre-se que muitas vezes trabalhar com internet é saber lidar com as múltiplas realidades e ilusões. Será que todo mundo realmente está preparado para ser uma personalidade digital?
Será que estamos todos olhando para um estilo de vida que faz sentido?
Bom, eu acho que em meio a todo esse percalço encontrei o meu. Não quero nada muito além de poder viajar e conhecer pessoas admiráveis, de trazer o meu olhar para a moda, de brindar com amigos, de saber que a vida, meus caros, vai muito além de qualquer jpeg e carácteres.
Essa jornada é curta demais para que a gente siga tentando colecionar apenas saddles e baguettes.
Todos os dias fazemos um pacto com nós mesmos. O meu é nunca desistir. E se der errado, a gente recomeça.