Ainda com alguns poucos dias pela frente, a #ParisFashionWeek vem nos convidando para um olhar mais apurado para o passado da moda. Entre sua transição de eras, a moda sempre buscou revisitar o seu passado, arquivos e histórias que fizeram – e fazem – as casas de moda francesa serem referência ano após ano. Nada é gratuito ou por acaso.
Veja o caso da #Dior, onde Maria Grazia Chiuri bebeu de diversas fontes femininas importantes para a marca como Edith Piaf, Catherine Dior e Juliette Gréco, em uma verdadeira aula de moda. Para o futurismo, a moda também faz viagens reversas e a #PacoRabanne, logo após o falecimento do seu fundador, trouxe auto referências dos looks em placas metálicas para as passarelas.
#SaintLaurent deixou os fashionistas em polvorosa com a retomada de uma estética que nos lembra coleções icônicas da marca, resgatando os símbolos originais dos anos 80’s e mostrando uma passarela sóbria, sexy e chic, inspirada na musa do Yves Saint Laurent em pessoa, a atriz Catherine Deneuve.
Já a #Balmain de Olivier Rousteing não só visitou o histórico da marca num período pós-guerra, mas também referenciou outras silhuetas icônicas da moda como o modelo busto de Jean-Paul Gaultier ou o New Look, de Dior. Segundo Olivier: “o legado continua”.
Para a estreia da #Schiaparelli no prêt-à-porter, a marca passeou pelas fotos de Elsa Schiaparelli e modelos clássicos da maison. Trouxe até o tradicional turbante da estilista para o desfile!
E o que isso tudo diz? Que o passado da moda é um lugar de visita, não de permanência. Olhamos para as coleções e elas remetem ao que vimos e lemos nos livros que nos trouxeram até aqui. A moda como essa ferramenta que narra os tempos tem o papel fundamental para mostrar que alguns aspectos podem ser mutáveis, adaptáveis e desejáveis.
Se formos seguir tentando manter vivo o espírito nostálgico dentro da indústria, seríamos fadados a nos ornamentar de uma maneira datada, falar com uma língua morta e perpetuar hábitos que não são mais coniventes.
As expressões criativas são o reflexo do contemporâneo. Dá para repaginar e criar uma nova narrativa. O que não dá, é querer que as coisas nunca mudem.
📸:Filippo Fior/Gorunway