Rolando meu feed de notícias no Instagram, vi um caso e logo lembrei do meu professor Manoel Pereira, que lecionou “Crítica da Mídia” em 2017 durante o meu terceiro ano na graduação de jornalismo.
Um dos casos que estudamos na disciplina, foi o da Escola Base em São Paulo. O ano era 1994 quando duas mães fizeram críticas severas e acusações de abuso sexual por parte dos diretores da escola. Obviamente naquela época a internet ainda estava nos primórdios, mas o linchamento virtual que vemos hoje, aconteceu ao vivo. A conversa chegou na imprensa, não foi apurada, foi tomada como verdade absoluta. O resultado? A Escola Infantil Base depredada, os proprietários torturados, traumas psicológicos para o resto da vida e isso sem falar na exposição nacional, além da perda de um investimento financeiro.
A partir daí, chegamos em 2020 e no ponto da responsabilidade social de quem influencia na internet. Não preciso explicar a relevância dos veículos digitais atualmente. Contas de números mirabolantes estão pela rede através de @s que falam o que querem e como querem. A internet é terra de ninguém?
A modelo Isabella Fiorentino se viu no meio do furacão ao erroneamente pedir para os seus seguidores denunciarem o Instagram @MaioneseMatheus, pelo simples motivo de achar que a conta era de maus-tratos animais, quando se tratava do contrário.
Matheus ajuda cães em situação de rua e faz uma abordagem diferente para chamar atenção a fim conscientizar as pessoas. O resultado disso? O rapaz recebe ameaças de morte, denúncias diárias e mensagens de ódio. A troco apenas do achismo de quem tem voz na internet.
Isabela se retratou, é claro. Mas muita gente está aí com um alcance gigantesco. É preciso ter em mente que não somos donos da verdade. A nossa verdade pode prejudicar alguém quando não procuramos saber qual a versão do outro. Menos achismo e mais responsabilidade. Os anos passam e algumas coisas nunca mudam.