Se outro dia eu fiz um texto falando sobre uma nova década da moda, “a moda antiga” ainda faz questão de permanecer bem viva não só em nosso imaginário, mas diariamente nas entrelinhas de um discurso passivo/agressivo da própria classe, que teoricamente era para lutar pela mesma causa.
Ontem me deparei com um post no melhor estilo alfinetada, numa versão “Ti-Ti-Ti” dos tempos modernos, onde um estilista da velha guarda apontava um nome da nova geração e criticava a sua campanha.
Quem tem medo do cheiro do novo?
Cheguei a questionar, mas meu comentário foi excluído. Nele eu falava justamente da velha moda, a que se acha vanguardista, pioneira, poética, política e única.
Durante tanto tempo lutamos por acessos na moda e hoje vemos jovens estilistas tão abertos a novas ideias e tomadas de decisões que é retrogrado pensar que o melhor caminho para tentar entender o trabalho de outra pessoa em ascensão é jogar para o debate público uma acusação duvidosa, sem o menor discernimento e por motivo algum.
Somos livres e usamos as nossas redes sociais para se expressar, questionamos práticas excludentes durante os últimos 4 anos durante um Governo que nos limitava e, agora, vamos ter que lutar entre si? Em um cenário que deveríamos buscar pelo progresso?
O jogo de egos é gigante. Para muitos o que falta é uma autoanálise sobre suas próprias obras e desfiles. Seria tão mais fácil se no âmbito criativo pudéssemos colaborar ao invés de competir.
A moda que eu acredito é a de acessos, informações, diálogos produtivos e respeito para com o outro. Afinal, se uma indústria que movimenta tanto dinheiro e pessoas se movimenta em sinergia, todos ganham e o nosso país se fortalece e agradece.
Precisamos deixar para traz a falácia de que “no meu tempo era melhor”, porque o tempo acontece agora e devemos ter cuidado para não ficarmos presos no passado, já que lá é um lugar de referência principalmente para não comentar os mesmos erros.
