Lá em janeiro de 2020, quando o mundo ainda estava “normal”, a modelo plus size, Tess Holliday, apareceu no tapete vermelho do Grammy Awards com um vestido rosa bordado com morangos da marca Lirika Matoshi. Na época, a modelo foi motivo de piada na internet e até mesmo eleita a mais mal vestida da noite. Bem, parece que as coisas nunca foram realmente normais, né?
Meses depois, o TikTok descobriu o vestido e fez com que ele se tornasse uma das peças desejo da marca americana. Várias garotas reproduziram a peça na onda do challenge, e Tess Holliday resolveu fazer uma reflexão que estamos batendo na tecla desde sempre: as pessoas são muito preconceituosas e gordofóbicas.
“Eu gosto como este vestido me colocou em listas de ‘piores vestidas’ quando eu o usei em janeiro para os Grammys. Mas agora, porque um monte de pessoas magras o usaram no TikTok todo mundo se importa. Resumindo: nossa sociedade odeia pessoas gordas, especialmente quando estamos vencendo. Obrigada.“, afirma Tess nas redes sociais.
Por que na época que a modelo usou o vestido era feio? Agora a mesma peça se torna bonita em corpos magros e altos? Isso só prova como as marcas ainda precisam inserir mais pessoas fora dos padrões e fomentar todos os tipos de beleza. Essa construção social nos persegue não de hoje, mas acredito que sim, é possível viver em um mundo mais igualitário e sem de barreiras.
A indústria da moda, principalmente nos bastidores, vemos os mais diversos tipos de profissionais. Durante anos a mídia e a publicidade nos vendem apenas 1% do que é a cadeia produtiva de vestuário. Nós pagamos por uma ilusão e shapes inalcançáveis, além trocar quem somos por moldes já existentes. Será que vale a pena pagar por esse preço?