O BRASIL NÃO É SÓ CARNAVAL: Qual o papel de uma marca de moda global na preservação da cultura nacional?

O que seria o Rio sem o Carnaval? Belém sem a Nazinha e o Círio? Da mesma forma, não haveria o Nordeste sem o São João. A festa pagã pode até ter sido moldada ao longo dos anos após ter vindo ao Brasil por espanhóis e portugueses, mas o status de potência que ela ganhou foi na região nordestina. A tradição é da maneira que ela é, e é por isso que a Farm, marca carioca especialista em estampas e parcerias de sucesso, vem sendo questionada nas redes sociais por um vídeo publicado com temática junina, mas com estética carnavalesca.

Em conversa com o Head de Marketing da Farm, Diego Francisco, a ideia do vídeo não teve intenção de caracterizar uma única região, mas olhar para as festas juninas de acordo com suas várias versões por todo o Brasil.

“Existe uma diferença bem grande entre o São João e a Festa Junina, mesmo ambos fazendo parte da mesma comemoração. Não podemos esquecer que as Festas Juninas são movimentos culturais do país inteiro. Esse clipe está conectado com o nosso evento interno, trazendo os elementos que a Farm também acredita, como a montação, as cores e a produção de moda”, diz Francisco.

No ano passado a Farm criou uma campanha específica trazendo o Boi de Santa Fé, trabalho desenvolvido com o grupo maranhense Unidos de Santa Fé para celebrar o Bumba Meu Boi. A marca afirma que esse ano não houve estratégias específicas para o São João, mas que os looks do clipe estão disponíveis e, alguns, como percebemos, são do período do carnaval. Entendemos o poder do upcycling e de ações para a durabilidade da roupa, mas também ponderamos um mergulho no Brasil interno para que a gente não caia no lugar comum de caricatura, e assim como o Boi de Santa Fé, abrace uma identidade original.

Foto/Reprodução

Como marca global, não somos só carnaval.

Na conversa, foi questionado se o time da Farm já havia encontrado em Festas Juninas pelo Brasil representações como as do clipe, beirando o circense, já que a moda é, acima de tudo, um reflexo da sociedade. Devemos ter cuidado para que a gente não tire, em diversas esferas, os espaços de representação de acordo com as nossas percepções de mudanças comportamentais.

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