Semana passada li uma excelente publicação no perfil da jornalista @mariaprata com a notícia da regulamentação da profissão Influencer na França, onde o país se tornou o primeiro da Europa a olhar para os comunicadores digitais de maneiras legais.
Os comentários são diversos. Entre apoiadores da prática até mesmo quem olha para o histórico recente da influência e os mil recortes quando trazemos a pauta para o brasil: desde os sociais até os raciais, percebemos que a desigualdade é gritante no país da fake news.
O que preocupa, é saber que possivelmente não teremos uma regulamentação ética e moral. Porque por aqui, um sobrenome tem mais poder do que qualquer irregularidade.
Em seu último desfile no SPFW a marca @apartamento03, comandada por @luiz_ap03, trouxe exatamente essa temática dos sobrenomes com a coleção se inspirou nos Silva, que faz parte dos registros de tantos brasileiros, e foca nas obras de naturezas-mortas do artista Estevão Silva, considerado o primeiro pintor negro de destaque do século XIX, formado pela Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro.
Talvez quando trazemos para dentro da bolha da moda, muitos Silvas fiquem ainda nos bastidores e na mão de obra. Porém, se você estiver inserido no RG certo e casando com um mais certo ainda, as oportunidades na indústria podem te levar para caminhos estratosféricos – das semanas de moda pelo mundo até a “facilidade” em estampar os principais veículos de comunicação. No fim, apontam que seja talento.
Como regulamentar as heranças?
Quando vamos além da indústria das roupas os problemas são maiores. Não há nenhuma margem para assegurar fraudes, produtos duvidosos, esquemas de pirâmide e questões como a hipersexualização na internet para um público diverso.
O que se fala nos bastidores é que existe um tipo de lista com influencers que as marcas evitam trabalhar. Tenho minhas dúvidas quanto a isso. Em muitos casos mudam até o sobrenome, mas os rostos, procedimentos, falas e lugares são os mesmos. O mercado da influência no Brasil é cheio de estruturas que muitos desconhecem. É utópico pensar em dias melhores quando olhamos para o lado e vemos que quem “vence” são sempre os mesmos.