A moda quer mudanças, mas será que estamos preparados para os recomeços?

Na moda sempre estamos na busca de algo que mude. Desde uma revista que se diz vanguardista em pleno 2023 colocar marca facista na capa e fingir que nada aconteceu, até a busca por mais diversidade nas empresas, seguimos nos equilibrando para achar um meio termo numa das indústrias mais controversas do mundo.

Dentro de todas as histórias e questionamentos que vivemos e já vimos acontecer, sem dúvidas a que saiu mais baqueada com isso tudo foi a #VictoriasSecret. A marca de lingerie foi sucesso nos anos 2000 e responsável por criar shows megalomaníacos com mulheres de um biotipo bem definido cruzando a passarela e influenciando toda uma geração que sonhava em ser #Angel.

O show foi ficando obsoleto. Há 4 anos não temos mais desfiles, porém, para 2023, foi divulgada a retomada.

O mundo mudou e não havia mais espaço para seguir com a repetição de padrão, deixando de lado as pautas sobre diversidade, caindo no ostracismo e na armadilha do ego sobre si mesmo.

Com um rebranding que ainda não convenceu muitos, a marca passou a trazer mais corpos, cores e até mesmo abraçar mulheres trans, quando anunciaram a cearense Valentina Sampaio como a primeira modelo transgênero da etiqueta.

Fico curioso para entender como será o desenrolar na nova geração. Em vídeo publicado ontem no perfil da @victoriassecret, eles anunciaram um evento global e deixaram o gosto de que tudo será novo, como os novos tempos.

Há os que torcem o nariz sobre a perpetuação do show. Mas, se lutamos tanto para que mudanças significativas aconteçam e a moda sirva como plataforma para alavancar novas vozes e oportunidades, podemos ao menos tentar entender como tudo irá acontecer para que possamos tomar decisões concretas.

A nossa luta por ocupação de espaços e realizações de sonhos tem também como função social a questão do pertencimento, de olhar para as reformulações de mercado e colaborar para que as agendas sociais sejam cumpridas.

Porque no fim, se nos apegarmos tanto ao passado que não temos mais como mudar, estaremos vivendo em tempos nostálgicos, sem pautar o futuro como progresso, e dando brecha para que marcas problemáticas do presente, ganhem força e estejam em capas de revistas.

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