Você gosta de moda ou de status?

Viver em um país e uma indústria tão desigual faz com que todas as oportunidades sejam como se fossem a última para muitas pessoas. Com a divulgação do line-up do @SPFW nos últimos dias, nas redes sociais e também em conversas em grupos de WhatsApp, foi possível observar uma inquietação em torno das marcas divulgadas. Entre alguns dos nomes já conhecidos no evento, o que surpreende é a nova safra de estilistas e marcas que esperam o seu momento de brilhar, onde nesta edição estarão fazendo debut no catwalk e em fashion filmes.

Quer dizer, há nomes que não são nem tão novos assim! Alguns profissionais estão na função durante anos, décadas, só esperando o grande momento de cruzar uma passarela e gritar sua visão criativa para os quatro cantos do Brasil e do mundo.

Entendo todo o frenesi em torno de grandes acontecimentos e celebridades marcando presença, mas existe moda além dos holofotes.

Você gosta de moda ou de status?

São histórias, vivências, dores e angústias. Muitos bem estruturados, outros nem tanto. Alguns, tem só o sonho mesmo. E pode ser um papo utópico achar que todos um dia vão brilhar no seu momento. Como já conversamos por aqui, nem toda estratégia é para todo mundo, mas em hipótese alguma podemos desacreditar das vontades daqueles que esperaram tanto por um momento de destaque em um indústria que faz questão de desvalorizar o que não preenche o requisitos sobre o que é fazer moda ou não.

Levantamos críticas e questionamentos na busca de um lugar que traga muito mais democracia e qualidade dentro da moda. Mas também moramos em um Brasil que cada dia vamos nos apegando às possibilidades que temos.

É fato que sentiremos falta da Misci, Neriage e Another Place, por exemplo. Mas ainda temos marcas com produtos e histórias potentes que precisam do nosso apoio. Porque no fim, se enxergamos a moda apenas como nosso gosto pessoal e definições das nossas próprias vontades, estaremos colaborando ainda mais para o sucateamento das diversas identidades e nos privando de sentir o gosto do novo.

Viva aos sonhadores e também aqueles que ainda acreditam no poder de transformação além dos lugares comuns, das chances e novos começos. Sigo acreditando!

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