O corpo masculino como acessório na moda

Se as pautas sobre diversidade de corpos na moda são latentes principalmente no que se refere às mulheres, os homens que fogem do padrão “ideal” de acordo com a sociedade da estética ainda têm um lugar tímido na conversa. O que podemos observar, ainda, é o corpo esculpido como objeto de desejo e apelo sexual em campanhas de roupas. É o homem como acessório.

Hoje esse entendimento se dá muito de acordo com as formas de criação de conteúdo em plataformas como Only Fans e Privice, movimentando um mercado milionário. Para vender moda precisamos de modelos de cueca beirando um soft porn vestindo roupas?

Com isso, empresas de moda masculina segue fomentando essa sequência de músculos em campanhas perpetuando o estigmas do homem perfeito, colocando a masculinidade em um lugar de decoração, onde os shapes são protagonistas e, a moda, se torna coadjuvante, um pequeno detalhe em meio a falta de inserção de formas.

Nomes tipo Jaden Smith, Timothee Chalamet, Sam Smith e Billy Porter nos provam que é possível abrir uma conversa sadia em torno dessa construção de moda através do guarda-roupa masculino que cada vez mais pedem espaço para novas possibilidades, sem deixar de lado um estilo único e, até mesmo, trazendo o sexy de uma maneira não vulgarizada.

No Brasil, influenciadores como @keenzao vem abrindo diálogo sobre o corpo do homem gordo na moda e suas infinitas possibilidades, assim como o @arthur.freixo vem desconstruindo e rasgando esse véu sobre o universo feminino e trazendo de uma forma orgânica novas possibilidade para os homens e, @juanpguedes, que dentro da sua plataforma também se deixa experimentar sobre imagens de moda além do convencional, do que se espera de um perfil do homem.

Silenciosamente algumas marcas acabam colaborando para a objetificação do corpo, da pessoa como mercadoria e da repressão social do humano como embalagem. Se queremos uma moda mais justa e livre de tabus, devemos começar a questionar o papel da comunicação e como queremos nos projetar perante o mercado.

A segregação não está só no mercado de luxo, está em todos os lugares que escolhem quem pode e quem não pode usar a moda a partir de um modelo de corpo idealizado.

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