Falha na Matrix! Esses dias fui impactado por um vídeo onde uma mulher trazia a reflexão sobre a profissão influencer, na qual ela atua. Pensamentos sobre saturação, repetição, falsa impressão de realidade e obrigações foram posto em questão.
Isso me lembrou uma palavra chamada trabalho, para muitas do segmento, não devem estar acostumadas. Bem compartilhado e aplaudido, o conteúdo recebeu o apoio de semelhantes que seguem a mesma fórmula de comunicação. O que não pontuaram, é que elas são co-responsáveis por essa saturação e fantasia de uma vida fácil e perfeita.
Algo que me edifica em torno desses temas é acompanhar o podcast O Corre Delas, da jornalista @luandavieira, onde as convidadas traçam suas histórias, muitas delas relacionadas com a internet, e explanam os bastidores de uma vida intensa de planejamentos, metas e abdicações. Procurar conteúdos reais é urgente para permanecer com os pés no chão e se diferenciar da banalidade.
Vivemos no país onde milhares são influencers. Não há um ponto de partida ou referência, o que todos sonham é a vida perfeita que até hoje pessoas com alto poder aquisitivo esbanjam e, quem vem de baixo, passa a esbanjar.
Além de toda a problemática do consumismo desenfreado e muitos ficando famosos por abrirem caixas de produtos de luxo ou por terem um feed recheado de narcisismo, empresas seguem perpetuando esse estereótipo de que ser “bonito” basta para ser relevante.
Falta autocrítica. Olhar para o todo, para si mesmo, colocar em questão o que se é produzido e como isso impacta na vida das pessoas. Assim como produtos físicos, o que damos vida no digital interfere na sociedade. Vide a geração ansiosa e frustrada por ter sido alimentada por padrões estéticos inexistentes ou a falsa necessidade de precisar ter tudo.
Quando chega a escassez, os pensamentos viram sátiras de si mesmo, porque não há mais lugar algum para expandir as ideias, apenas os itens de luxo como muletas.
Fico imaginando se essas pessoas estariam prontas para atuar nos bastidores e colocar o amor pela moda em check. Talvez não seja a internet que esteja chata, seja você que não é interessante.
Já dizia RuPaul: “beleza só chega até a pele”.