O escritor francês Guy Debord publicou em 1967 a obra A Sociedade do Espetáculo. No livro ele afirma que o nosso tempo “prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser”. Quando observamos os novos fenômenos culturais, nada mais atual que uma era onde o capitalismo impera através de símbolos, nos transportando para uma cultura do desejo a partir de elementos imagéticos.
E essas caricaturas estéticas são dispostas diariamente em um sistema infinito de rolling nas redes, nos condicionando a consumir um mesmo formato de conteúdo sem nenhum aprofundamento, num descarte rápido da informação. Em um só dia, mil vídeos com os mesmos trejeitos e falas são postos no ar e digeridos na mesma agilidade que são produzidos.
A nossa indústria prefere permanecer na superficialidade de coisas. Não aprendemos absolutamente nada com o fenômenos das blogueiras. Vejo grandes marcas tentando fazer revival de nomes que foram sucesso em 2010 em collabs. O mundo precisa superar o look do dia!
A jornalista Rosana Hermann publicou em seu Twitter o questionamento sobre como alguns nomes surgem e desaparecem na mesma intensidade. No post, ela trouxe a reflexão: “nem lembrava mais! Fiquei pensando na curva que vai do anonimato para a influência e depois cai novamente para a irrelevância. Tipo a Curva de Bell ou, na melhor das hipóteses, uma jiboia que engoliu um elefante”.
Boa parte dessa espetacularização da sociedade caiu no ostracismo, mas infelizmente toda geração tem sua blogger. O mercado te faz ser um influenciador digital onde o produto toma de conta de você e, daqui a pouco, sua validade acaba, te descartando e te levando de volta para o lugar comum.
Talvez isso também venha em decorrência da falta de diversidade da mídia e como nós fomos condicionados a consumir e entender moda. Exemplo disso foi quando a Gkay usou este vestido do post em seu evento e não entendeu que a peça criticava exatamente o que estava acontecendo: a falta de olhar para si mesmo num sentido onde as redes sociais tomaram conta de nossas vivências e transformaram a essência.
Bom, pelo visto Gkay entendeu. Espero que muito em breve, tantos outros entendam.