Tomara que o moralismo na moda caia

Se você nunca parou para pensar, observe todas as características em torno do nosso cotidiano sobre aspectos normativos e simétricos sobre o que é feio, belo, bom, mau, confortável e inquieto.

O escritor italiano Umberto Eco já escreveu sobre os paralelos em suas obras “História da Feiura” e “História da Beleza”, questionando e fazendo linha do tempo sobre as qualificações para que a gente possa definir o que é um ou outro.

Umberto chegou a conclusão que a feiura é mais interessante porque desconhece os limites. E a moda surge muitas vezes de algo estranho, amargo e dolorido. Vide Alexander McQueen e todas as suas angústias na passarela. Até que ponto podemos definir o que é bom ou mau de acordo com o que os nossos olhos foram condicionados a perceber?

E essas mudanças pessoais não podem afetar o coletivo.

Nos últimos meses durante a final de um dos programas mais líquidos da televisão brasileira, o Big Brother Brasil, o ex-participante @gbielsantana surgiu na final do show com um look que, se seguirmos as regras e etiquetas, poderíamos definir como feminino, o que causou estranheza nacional por fura a bolha da moda e entrar na casa de diversas famílias que possivelmente estavam acostumadas com a normativa das roupas como simples vestimentas, indo para longe de expressão individual.

Foto: @luca_ssiqueira/Reprodução

A produção era da marca @moun_off, dirigida por @costamarney e que foca justamente na subjetividade da linha tênue entre os gêneros, fugindo das tradicionais definições e olhando para o ser humano como uma figura que transcende qualquer definição binária. Para a moda da Moun, pessoas são mutáveis e desejáveis, independente do que seja feio ou belo.

“Estamos ainda distante como sociedade de entender o que é o ser humano e uma peça de roupa. De como a moda pode nos libertar e a roupa, nos aprisionar”, diz Marney.

Sair da zona de conforto e olhar para distante dos muros do moralismo é uma alternativa para entender as diversas personalidades. Ainda vivemos no desejo de achar o ponto de equilíbrio e poder enxergar a beleza em tudo, em todos. Talvez a gente precise de mais Moun’s e menos produtos genéricos, só assim, com a criatividade sem limites, seremos livres de rótulos.

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