@isaisaacsilva é uma agregadora. Pensa nas estratégias necessárias ao lado de parcerias de sucesso com grandes varejistas para alavancar sua marca homônima, mas esse louro não se limita apenas na expansão como grife ou personalidade. É uma ciranda que gira em torno do outro, do grupo, da ocupação de espaços e de olhar para as possibilidades.
Batizada de Banho de Axé, Isaac Silva teve como inspiração para seu desfile no @spfw a música Banho de Folhas, de @luedjiluna, que também desfilou. A passarela de arruda abriu caminhos para um novo olhar intimido sobre representatividade na moda. Vide a plateia diversa: gerações novas e antigas, o olhar com atenção das ancestrais sem os celulares frenéticos na mão, as pequenas meninas pretas vibrando e se enxergando na passarela, moradores da Ocupação 9 Julho (local escolhido para o desfile) também desfilando, o apoio da mídia de moda que olha além das passarelas glamourosas do globo atenta as mudanças no cenário nacional que se moldam a cada temporada.
Indo para um caminho que não se apoia apenas no hit “Acredite no Seu Axé”, foi interessante observar o experimento de uma nova proposta como os jeans oversized com detalhes pespontado e, uma espécie de tweed nacional, qa medida certa para o nosso clima.
sobre roupas para todos os corpos ainda caemno lugar comum de que “no Brasil não há uma gama de opções para tamanhos diferentes”, a marca mostra seu trabalho de pesquisa em modelagens bidimensionais ao lado da ativista @neoncunha para abraçar um guarda roupa diverso. O que falta, é talvez o consumidor afinar o olhar e não cair no comodismo.
Como diz o refrão da música de Luedji, “com um punhado de folhas sagradas, para curar, para afastar o mal”, Isa segue movimentando as estruturas internas e pedindo axé para continuar usando a moda como forma de representação e possibilidades para moldar tantas realidades em uma moda que durante muito tempo serviu apenas um padrão.
Esse desfile foi, sobretudo, futurista. Porque as novas gerações precisam entender que esse espaço e qualquer outro, também são delas.
Axé!
