A moda como manifesto

Muito se fala sobre as criações da estilista Maria Grazia Chiuri na #Dior. Principalmente nas Semanas de Moda, os comentários sobre as coleções partem do ponto de vista da repetição, como se não estivéssemos vendo nada de novo. Por outro lado, quando nos aprofundamos entendemos que o trabalho de Chiuri vai muito mais para o lado de entendimento de pautas feministas e conversa direta para o público consumidor da Dior, não para os comentaristas de plantão.

Nos últimos dias pudemos ver essa narrativa na sua melhor performance quando a influenciadora e empresária italiana, #ChiaraFerragni, usou três modelos Dior para participar da 73ª edição do Festival di Sanremo, a maior disputa musical da Itália, que vai até sábado, dia 11.

Foram eles: O Vestido Sem Vergonha, O Vestido Manifesto e O Vestido do Ódio. Todos narram etapas que levam as pautas sobre direitos das mulheres que vêm sendo perpetuadas pela casa Dior nos últimos anos. No Sem Vergonha, o ponto de partida foi a imagem da Eva, a primeira mulher a sentir vergonha do seu próprio corpo nu. A partir disso, a roupa reproduz em trompe l’oeil o corpo de Chiara relacionado a liberdade de ser quem é, fugindo das imposições de regras e comportamentos sem culpa.

Foto: @giampaolosgura/Reprodução

Já o Manifesto busca trazer a moda como palco social para questões de gênero e a liberdade das mulheres além dos corpos, mas em seus pensamentos, rompendo os papéis dados a elas pela sociedade patriarcal. A frase da dupla artística Claire Fontaine, “Pensati Libera”, foi estampada no vestido e traduz o sentimento.

Foto: @giampaolosgura/Reprodução

Para o Vestido do Ódio, Ferragni trouxe à tona comentários machistas e sexistas em suas fotos. Bordados em pérolas negras no tecido branco, remetendo a escrita no papel, nos faz pensar sobre a cultura do hate na internet e como as mulheres ainda sofrem por serem protagonistas das suas próprias histórias.

Foto: @giampaolosgura/Reprodução

Não só por isso, mas por outros feitos de @chiaraferragni ao longo dos anos fez com que ela permanecesse relevante. Ela nos mostra que a influência não é uma questão de números. É coerência, pertinência e posicionamentos que possam nos fazer pensar e moldar a sociedade com o nosso alcance.

Fotos: @giampaolosgura/reprodução

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