No próximo dia 11 de maio lança a collab entre a H&M e a Mugler. A tradicional casa de moda francesa se uniu a rede de fast-fashion para uma dobradinha que resgata o DNA sexy da Mugler com uma nova roupagem de matéria-prima para atingir um público alvo diferente e mais democrático, viabilizando o acesso à moda para muitos que não tem condições de investir em uma peça da marca fora desse cenário.
Essa não é a primeira vez que uma gigante e mainstreaming fashionista faz algo parecido, mas sem dúvida é uma das que levantou mais debates sobre qualidade e democracia, o que chega a causar estranhamento, já que deveríamos ter avançado tanto sobre debates sociais.
Karl Lagerfeld foi o primeiro grande designer a aderir essa tendência em nível mundial com a própria H&M que, em seguida, fez estrondo com parcerias com a Balmain e outras etiquetas. Aqui no Brasil, a Riachuelo também entrou no hype e trouxe marcas como a Versace onde Donatella pisou em solo nacional para um desfile megalomaníaco em São Paulo com direito a “see now buy now”.
Nem Balmain, nem Karl, nem Versace perderam clientes. Muito pelo contrário, conseguiram expandir as marcas para um novo público potencial que já tem o desejo em consumir.
Toda essa pauta sobre qualidade x quantidade passeia pelo lado elitista que se arrasta de uma maneira démodé sobre poder e pertencimento. Mesmo com todas as problemáticas sobre questões sociais e ambientais, as fast-fashions ainda são porta de entrada para grande parcela da população se expressar através das vestes. O que muitas pessoas esquecem de pontuar é que os acessos são diferentes de acordo com cada realidade, e um amante da moda pode e deve ter o direito de se inserir de acordo com suas possibilidades.
Vivemos em uma geração onde a agilidade por mudanças é tida como palavra de ordem, mas o que falta é um aprofundamento e jogo de cintura para que a gente não caia nas próprias armadilhas do mercado e siga com a segregação de classes sobre quem pode e quem não pode consumir.
Se você tem dinheiro para as linhas principais, o faça. Só não deixe seu elitismo transparecer, porque no fim, isso vai provar que você não entende nada sobre o que é a moda.