Quando falamos sobre diversidade e representatividade, ainda observamos que muitos dos cargos de poderes são comandados por homens e mulheres brancos que, mesmo com toda uma equipe que foque na transformação, jamais vão entender o significado de inclusão e oportunidades na pele. Precisamos de vivências.
Por isso o Edward Enninful tem um papel importante na moda. Primeiro editor negro e gay de uma Vogue na história, Edward assumiu o post de chefia da edição britânica em 2017 e, de lá para cá, vem moldando as rédeas do que seria a moda nos tempos atuais e trazendo capas de impacto, de uma maneira Franca Sozzani, mas que se aproxima ainda mais com as personagens atuais e foca na equidade racial como protagonismo.
Em maio, com a capa Reframing Fashion, o editor emplacou 19 personalidades que se destacam além da imagem com seus diversos corpos e causas.
Recentemente Enninful divulgou que estará deixando o cargo de editor-chefe da Vogue para focar em projetos de expansão a nível global com o título. Mas, o que se consegue ler na internet, é que a decisão vinda de Anna Wintour pode ser uma forma “diplomática” de afastá-lo dos holofotes.
Segundo o portal Fashion Network, “a sua nomeação ocorreu durante um período de sangria sem precedentes na Condé Nast, que viu o grupo demitir os editores-chefes da Vogue na Alemanha, China, Espanha, França, Itália e depois nunca os substituiu. Em vez disso, foi criado um novo título de diretor de Conteúdos Editoriais e atribuído a uma série de editores juniores – todos diretamente dependentes de Anna Wintour – para dirigirem as respectivas revistas”.
Para entender melhor como tudo isso vai se formar a partir das danças das cadeiras na moda, precisamos esperar. Louvável o trabalho e impacto que Edward vem causando em uma moda tão saturada dos mesmos personagens de sempre. É como se, em seu mundo ideal, todos nós pudéssemos ser cover stars.
Com o cargo de consultor criativo e cultura global, a torcida para que as ideias de Edward sejam ouvidas é grande. Dizem em boca miúda que ele é o mais cotado para assumir o lugar de Wintour quando sua aposentadoria chegar. Quem sabe assim, talvez o Diabo seja mais democrático. Será?