LIFE IN PLASTIC: Para onde vão os produtos da Barbie pós-hype?

Da Zara ao Burger King, passando por marcas de esmalte e sandálias de borracha: toda a indústria está imersa no Barbie World. Produtos criados na velocidade da luz inundam as redes sociais com estratégias de branding em torno do filme da boneca mais famosa do mundo que estreia hoje, 20 de julho, nos cinemas.

É preocupante e curioso. Se pararmos para pensar, em 6 meses (ou menos) teremos acumulado um montante de itens pink e lúdicos que serão descartados na mesma proporção que foram produzidos. Roupas, acessórios, bolsas e calçados. Nada durável a ponto de ser chamado atemporal. Fomentar todo esse consumo desenfreado é não pensar no pós-compra, deixando de lado a curadoria de um guarda-roupa inteligente e sendo fantoche de uma máquina que tem o intuito apenas de gerar dinheiro.

Assim como a #Barbie, somos produtos em prateleiras nesse mundo capitalista. E nessa brincadeira, quem se diverte não somos nós: segundo o G1, para além dos cinemas, o buzz da Barbie pode ajudar a Mattel lucrar quase US$ 1 bilhão em 2023.

O que mais intriga é observar a total comoção de diversos influenciadores correndo para as fast-fashions e gerando conteúdo sem o recorte da sustentabilidade, como se o mundo fantasioso da Barbie fosse o nosso, que é cheio de problemas em torno da moda e as agressões ao meio ambiente.

Em um post no perfil do André Carvalhal (@carvalhando), uma foto do deserto do Atacama visto do espaço com um acúmulo de roupas vindas da Europa e EUA chama atenção. Elas formam montanhas de lixo, poluindo a natureza de todas as formas possíveis – das queimadas à degradação do solo, ou até mesmo levando centenas de anos para desaparecer.

“A maioria das roupas é feita de poliéster, material oriundo do petróleo, um tecido pouco durável e que polui o ambiente com microplástico. Sem destinação adequada, as peças acabam em lixões de países periféricos”, diz André.

Em momentos de muito dinheiro em jogo e o Brasil com histórico duvidoso de tantos replicadores de conteúdos, as pautas sociais caem por terra e o fomento do consumo é elevado a potência máxima sem freio ou olhar crítico para o que e como se consome. A Barbie pode viver em mil mundos, já nós…

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