NÃO É CARICATURA! É a valorização dos símbolos nacionais da moda

Não é de hoje que a moda europeia dita o que é ou não moda de acordo com suas visões próprias sobre o mundo, e isso representa um histórico que perpetua e nos faz acreditar que existe apenas um ponto comum para a criatividade e consumo. Depois de muito tempo, finalmente vemos marcas que resgataram a base mais sólida da nossa sociedade e buscam fazer uma reparação histórica através das suas roupas, o que incomoda aqueles que não conseguem enxergar o belo além do que nos foi ensinado em estéticas que não falam português.

O fato de reforçar os ícones de nossa cultura acabam sendo interpretados por alguns como caricatura e falta de criatividade. Quando analisamos toda a história do Brasil – isso incluindo a moda – não podemos esquecer que nosso país teve em seu fomento o uso de referências gringas para criar seus movimentos artísticos (ouvimos tropicalismo e antropofagia?), mas que esses foram sempre reciclados para vender uma imagem mais palatável do que é o Brasil.

Não sabemos se é uma síndrome de vira-latas, ou se é a falta de conhecimento sobre a carga emocional que cada ítem carrega consigo. Vez ou outra, as críticas vêm até mesmo daqueles que moram longe dos grandes centros e reproduzem um discurso falido na busca da validação, sabe? Já alguns que estão no pseudo alto escalão da moda, usam das muletas do passado para ditar ou descaracterizar desde técnicas até modelagens de marcas que fogem à regra do que seria plausível para estampar capas e matérias.

Como opinião parte do ponto de vista, o que é caricatura? Marcas como Isaac Silva, Misci e Dendezeiro são acusadas cada vez mais por trazer o óbvio da cultura nacional, mas quem diz isso, não consegue observar com sensibilidade o que cada referência carrega consigo: emoções, lembranças e representatividade, que importam tanto para quem cria como para quem se veste.

Enquanto pessoas que olham para cá com a ótica do colonizador, para desvalorizar aquilo que nos constitui como sociedade, não avançaremos. Pelo contrário, sempre estaremos presos a aquilo que o grande império julga e impõe ser bonito e estiloso, deixando de lado vozes que deram suas vidas para criar algo novo e lúdico, cheio de história.

Collab: @fvsari

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