Temos tempo para consumir mais uma marca de celebridade?

Na sociedade capitalista vivemos a todo tempo na busca pela aprovação das pequenas bolhas que estamos inseridos. Se antes o nosso consumo era pautado por grandes marcas históricas e suas visões comportamentais, com o novo modelo de mundo e forma de se comunicar, os artistas se tornaram adeptos das estratégias digitais para permanecerem relevantes e rentáveis, e os influenciadores passaram a monetizar através de suas imagens e estilos de vida, o que vemos diariamente na criação de novas marcas de roupa, acessórios e, o hype do momento, skincare e maquiagem.

O cantor Troye Sivan é o mais novo no business da beleza e estilo de vida, lançando sua marca Tsu Langer Yor, focando em fragrâncias, velas e objetos para casa. O tiro certo de Rihanna com sua Fenty Beauty ou Lady Gaga com a Haus Lab nos mostram que o alcance digital é o segredo do sucesso para produtos no offline, quando percebemos que a indústria do showbiz mudou e, o desejo apenas pelo produto principal, que no caso dos três é a música, passou a andar lado a lado para os investimentos funcionarem.

A escritora e roteirista Rosana Hermann em sua conta no X (ex-Twitter), questionou o número de marcas criadas por personalidades: “Pergunta sincera: vejo um monte de influenciadoras milionárias com linhas de maquiagem. Ok, mas… que TANTO as pessoas compram maquiagem? Um batom pra mim dura um tempão, tudo dura muito tempo. Não compro maquiagem o ‘tempo todo’. Então, como elas vendem TANTO?”.

Isso nos faz pensar também como o consumo pausado ainda anda a passos curtos, já que diariamente somos condicionados a consumir um mesmo produto que muitas vezes só muda o nome, tal qual as “tendências” de beleza lançadas por Hailey Bieber.

Por outro lado, podemos apontar como esse fanatismo por celebridades ao redor do mundo nos faz acreditar que, comprando um batom, estamos criando uma proximidade com os nossos ídolos, uma estratégia bem focada no que o mercado de luxo nos oferece até hoje. Podemos ter um chaveiro, mas nem sempre um vestido.

A relevância mudou e a nossa capacidade de escolha também. Será que eu quero ou eu preciso? É um dilema a ser seguido para a nossa saúde mental e financeira.

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