Nos jogos vorazes da moda, ninguém está a salvo

ntem o mundo da moda deu uma leve estremecida com o anúncio da saída da estilista Sarah Burton da #AlexanderMcQueen, marca que trabalha há 26 (!) anos, sendo 13 deles como diretora criativa a partir de 2010, quando Lee Alexander McQueen nos deixou de forma trágica. É curioso pensar no recorte geracional em uma indústria tão volátil e passageira, podendo questionar se teremos nomes que vão se consagrar em empresas além das próximas décadas.

Ouvimos nos bastidores tantos comentários de como é cansativo permanecer relevante e criar algo novo em um momento onde o tempo é cada vez mais curto. O exemplo de Sarah só mostra como é fundamental aproveitar e entender os processos no qual se está inserida, até acreditar em si mesma, já que no mundo do luxo, vender penduricalhos e perfumes é o foco para manter o número expressivo nos lucros, mas a designer resolveu focar no seu propósito das roupas.

Nas quase três décadas, a estilista soube beber da fonte de Lee McQueen de uma forma única e trazendo à tona também sua própria personalidade, perpetuando o legado, e não criando pirotécnicas que fossem em contrapartida uma história tão concreta e sólida deixada pelo icônico designer.

Entre as danças das cadeiras e aportes financeiros, podemos até levantar a questão da pressão do grupo Kering, detentor da Alexander McQueen, Gucci e Yves Saint Laurent, por criar um boom estratosférico de vendas e trazer a marca para o desejo midiático e ligeiro da Gen Z, mas também não podemos deixar de lado a própria vontade da Sarah de tentar algo novo, fugir do que é imposto pela pressão social e de status que a moda segue nos ofertando como barganha.

Por outro lado, é uma pena saber que mais uma mulher deixa o comando de uma grande marca em um universo quase 100% feminino, porém, pilotado por homens.

A despedida da #SarahBurton será no próximo dia 30, durante a PFW, onde desfilará sua última coleção em uma ode ao próprio Alexander McQueen, no qual em comunicado oficial se mostrou muito grata.

No melhor estilo “ninguém está a salvo”, ansioso para saber como os dados vão rolar, já que as jogadas do Kering para retomar o protagonismo da Gucci segue cortando cabeças a todo vapor.

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