Recentemente fiz uma limpeza no meu Instagram pessoal. Lembro bem quando o “boom” dos blogs surgiu em meados de 2010 e tínhamos tantas pessoas compartilhando conteúdos de forma natural.
Era tudo muito novo e desconhecido, ninguém sabia para onde tanta informação nos levaria. Chegamos em 2020 e ao que me parece, perdemos o rumo. São perfis milionários, bombardeado de seguidores que não sabemos até que ponto são reais ou robôs e, na distância de apenas um clique, entramos em uma rede social nos moldes perfeitos que a Polishop tem inveja.
Fico me perguntando até onde a audiência vai aguentar esse tipo de propaganda muitas vezes veladas de “dicas” ou “eu só falo do que eu uso”. Sinalizar publicidade é obrigação e não um diferencial, ok? Criar conteúdo virou segundo plano.
Vivemos em um país onde a taxa de desemprego só aumenta. Segundo dados do G1, no último trimestre o país perdeu 8,9 milhões de postos de trabalho (claro que a pandemia agravou esse quadro), enquanto influencers postam suas vidas inalcançáveis que são dadas de bom grado através de heranças sanguíneas ou bancárias. A concorrência é desleal.
Parece que a bolha nunca estoura. É se alienar a situação mundial, banalizar os menos favorecidos e maquiar uma realidade que para muitos é distante beirando o inalcançável. Quando vamos ter pessoas com vozes na internet falando sobre o aqui e agora? Podemos esperar algo a mais além dos famosos recebidos?
O que eu quero dizer com tudo isso é que precisamos nos policiar com o que consumimos e quem consumimos na internet. Seguir vozes que somam e agregam para nos transformar em seres pensantes, é um caminho para abrir novos horizontes. Saudosismo da velha guarda online com conteúdos leves, entretenimento e sem muitos contratos fechados.
Me pergunto se voltaremos a ter as pessoas de comunicação comunicando.
Comunicação é estudo, pesquisa, leitura e, acima de tudo, ser fiel ao que você acredita. Todo o resto é oba oba. A internet é muito gigante para a gente se afogar em posts rasos.
Pense!
